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Dezembro de 2010 representa um marco importante na história do desenvolvimento da investigação na Universidade de Macau (UM).


Foi neste mês que a UM passou com sucesso no rigoroso exame do Ministério das Ciências e Tecnologia da República Popular da China, após um longo processo de candidatura e de avaliação iniciado e apoiado pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (FDCT), do governo da RAE de Macau, e obteve a aprovação para dois laboratórios chave estatais, nomeadamente o Laboratório Chave Estatal de Sinal Analógico e Misto VLSI (Laboratório AMS-VLSI SK) e o Laboratório Chave Estatal para a Investigação de Qualidade em Medicina Chinesa (Laboratório QRCM SK). O primeiro será o único laboratório chave estatal em microelectrónica na província de Guangdong. O último, a ser criado conjuntamente pela UM e pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST), será o primeiro laboratório chave estatal no campo da medicina chinesa. Obter o apoio do governo central constitui uma manobra estratégica por parte da UM na sua tentativa de inovar a investigação, e o sucesso em obter tal apoio é o resultado dos incessantes esforços e empenho do pessoal da UM na realização do seu pleno potencial.


Tornar-se um laboratório chave estatal conduzirá a um melhoramento substancial da capacidade de inovação na investigação


O programa do “laboratório chave estatal”, que foi lançado em 1984,é uma parte crucial do sistema nacional de inovação das ciências e tecnologia. Cobre numerosas disciplinas e tem um patamar de admissão elevado. Em finais de 2007, havia apenas 258 laboratórios chave estatais em todo o país.

Presentemente, há um único laboratório chave estatal com especialização em microelectrónica – o Laboratório Chave Estatal ASIC & Sistemas na Universidade de Fudan. Os laboratórios chave estatais especializados nos estudos médicos são também poucos, incluindo o Laboratório Chave Estatal de Investigação de Drogas do Instituto de Matéria Médica de Xangai, Academia Chinesa de Ciências; o Laboratório Chave Estatal de Drogas Naturais e Biomiméticas, Universidade de Pequim; o Laboratório Chave Estatal de Biotecnologia Farmacêutica, Universidade de Nanjing; e o Laboratório Chave Estatal de Fitoquímica e Recursos Vegetais na China Ocidental, Instituto de Botânica de Kunming, Academia Chinesa de Ciências. Com a excepção de de poucos laboratórios constituídos conjuntamente pelo Ministério das Ciências e Tecnologia (MOST) e pelas respectivas províncias, não tem havido laboratórios chave estatais directamente aprovados pelo MOST tendo a medicina chinesa como área principal de investigação. Um laboratório chave estatal em microelectrónica constitui igualmente o primeiro do género na província de Guangdong.


Elevar para o primeiro plano mundial a investigação em microelectrónica


Há mais de uma década não havia qualquer espécie de investigação no campo da microelectrónica em Macau. Depois de fazer tombar as barreiras encontradas durante o estádio inicial, a UM atingiu, gradualmente, algumas realizações neste campo. O aparecimento do UMChip em 1995 marca um ponto de partida para a investigação em microelectrónica da UM, tendo o primeiro resultado publicado neste campo sido apresentado numa conferência internacional. O tamanho mínimo do UMChip, que adoptou uma tecnologia designada “CMOS”, era de 1,2 micrometros. Ao longo de anos de desenvolvimento, o tamanho mínimo de um chip concebido pela equipa de investigação em microelectrónica da Um é agora de 65 nanometros (1 micrometro = 1000 nanometros). Em2001 a UM participou na criação da Chipidea, que era a única companhia em Macau especializada na concepção, investigação e desenvolvimento de circuitos integrados. O que foi mais encorajador foi o facto de o sucesso da investigação em microelectrónica ter directamente contribuído para a Chipidea ser comprada no ano passado pela Synopsys, uma das maiores companhias mundiais da indústria da concepção electrónica de automação. Esta compra fez da Chipidea o primeiro fornecedor mundial de propriedade intelectual em circuitos e conectores integrados analógicos. Até agora a UM tem quebrado, repetidamente, recordes em material de tamanho dos chips e tem igualmente proposto as mais avançadas soluções em matéria de tecnologia sem fios e de conversão de dados. É justo dizer que a UM está agora na linha da frente da investigação em microelectrónica, tanto a nível académico, como a nível industrial, em particular na China.


O objectivo: tornar-se um centro de investigação do chip de silicone


O Laboratório AMS-VLSI SK será criado conjuntamente pela UM e pelo Laboratório Chave Estatal ASIC & Sistemas da Universidade de Fudan. Apoiando-se nos pontos fortes da associada, a UM aspira também a desenvolver o Laboratório AMS-VLSI SK e a torná-lo o mais importante centro de investigação do chip de silicone na China. O Laboratório levará a cabo investigação sobre circuitos integrados de sinal analógico e misto, utilizando a tecnologia avançada do nano-chip e, simultaneamente, formará mestrandos, doutorandos e investigadores pós-graduados. Espera-se que o Laboratório AMS-VLSI SK contribua para um melhoramento substancial das capacidades de Macau em material de investigação e desenvolvimento, ao servir de plataforma de alta qualidade para o desenvolvimento da tecnologia do chip, dos recursos humanos, da concepção de software e do equipamento de testagem.


A equipa de investigação do Laboratório AMS-VLSI SK ficou jubilosa pela boa notícia de que a candidatura tinha sido aprovada. “A UM demorou uns meros 15 anos para se erguer da obscuridade para a linha da frente mundial no campo da microelectrónica, o que prova que, desde que uma equipa trabalhe duro e com objectivos bem definidos, o sucesso pode ser tornado possível”, fez notar o Prof. Rui Martins, cuja excitação era óbvia. O Prof. Rui Martins é português, é Vice-Reitor da UM (Investigação) e é o especialista que conduziu a equipa de microelectrónica da UM a realizar numerosos avanços. Tal como os membros da sua equipa, ele encara o futuro como cheio de novos desafios mas também de possibilidades infinitas.


Levar a cabo projectos de investigação de ponta em sistemas electrónicos


Para atingir um objectivo, é preciso tentar mais e mais uma vez a fim de ultrapassar novos desafios. A equipa de investigação do Laboratório AMS-VLSI SK leva agora a cabo, sistematicamente, projectos de ponta em variados sistemas electrónicos, tais como a conversão de dados e o processamento de sinais, as telecomunicações sem fios, os sistemas integrados cibernéticos físicos, a engenharia biomédica e os controladores electrotécnicos e electrónicos. Os investigadores, que se têm vindo a habituar a trabalhar duro dia e noite, deverão assumir maiores responsabilidades agora que a candidatura para a criação de um laboratório chave estatal foi aprovada. Esperam que, eventualmente, realizações tecnológicas relevantes e patentes possam ter um impacto tangível sobre a indústria e ajudar a aumentar a capacidade independente da China em Investigação e Desenvolvimento no campo da concepção do chip.


Combinar as tecnologias chinesas e ocidentais
Às vezes as coisas boas vêm em pares. No dia xx de Outubro, investigadores do Instituto de Ciências Médicas Chinesas (ICMS) da UM ficaram exultantes ao tomarem conhecimento de que a sua candidatura para a criação de um laboratório chave estatal tinha igualmente sido aprovada.

Nesse dia, o director do ICMS, Prof. Wang Yitao, esteve muito ocupado. Recebeu as felicitações dos seus investigadores associados de todas as partes do mundo pelo telefone ou por correio electrónico. Revelou, muito excitado, que a avaliação da qualidade dos medicamentos chineses será a principal área de investigação do Laboratório QRCM SK e que a inovação e a internacionalização da medicina chinesa será o seu principal objectivo. Segundo o Prof. Wang,, os temas de estudo incluirão os medicamentos chineses com variadas funções, tais como os medicamentos que promovem a circulação do sangue e removem as estases sanguíneas; os medicamentos que reduzem a temperatura interna do corpo e removem substâncias tóxicas; os medicamentos que melhoram o sistema imunitário do corpo. A ênfase será colocada sobre as doenças relacionadas com a idade e as doenças degenerativas. A investigação cobrirá numerosos campos, tais como a química, as análises, os medicamentos, a farmacologia, a farmacocinética, a segurança, os estudos clínicos e a informação. “Vamos abrir totalmente a fonte que constitui a posição de vantagem única que Macau representa, enquanto lugar onde as culturas e tecnologias orientais e ocidentais se encontram, e combinaremos as ciências médicas chinesas com tecnologias modernas de ponta. Empenhar-nos-emos em realizar avanços a fim de respondermos aos problemas chave no processo de modernização e de internacionalização dos medicamentos chineses,” fez notar o Prof. Wang, cheio de expectativas para o futuro da medicina chinesa.


Avançar na modernização e na internacionalização dos medicamentos chineses


Os académicos e estudantes do ICMS trabalharão juntos a fim de desenvolverem o laboratório e de o tornarem uma plataforma de nível mundial para Guangdong, Hong Kong e Macau, e de trabalharem igualmente, enquanto plataforma internacional para a cooperação científica e tecnológica em medicina chinesa, contribuindo assim para a diversificação económica moderada de Macau, fazendo avançar a educação médica e o progresso científico e tecnológico de Macau, levando mais longe a inovação na Investigação e no Desenvolvimento médico e o desenvolvimento da indústria biomédica na Região do Delta do Rio das Pérolas, servindo de ponte de cooperação científica e tecnológica entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa no campo da medicina tradicional, e acelerando a modernização e a internacionalização dos medicamentos chineses.


Claro que o Laboratório QRCM SK não está sozinho na sua busca. De acordo com as políticas do governo central, irá colaborar com o Laboratório Chave Estatal de Drogas Naturais e Biomiméticas, Universidade de Pequim, para levar a cabo investigação inovadora em medicina chinesa. De facto, a cooperação entre a UM e a Universidade de Pequim no campo da medicina chinesa data já de 2002, altura em que o ICMS tinha acabado de ser fundado. A cooperação plena entre as duas instituições em áreas da educação, das ciências e tecnologia foi estabelecida oficialmente através da assinatura de um protocolo de cooperação no campo da medicina. Todos os anos, a Universidade de Pequim recomenda entre quatro e oito estudantes eméritos à UM para integrarem os seus cursos de doutoramento ou de mestrado. O Prof. Wang é igualmente director do Centro de Investigação Internacional da Universidade de Pequim para a Administração Medicinal, uma instituição co-estabelecida pelas duas universidades.

Esforçar-se por se tornar o centro da OMS para a cooperação em medicina tradicional


Quando o Prof. Wang assumiu as suas funções de Director do ICMS há nove anos, previu um futuro cheio de desafios. Mas ele e os membros da sua equipa adoram desafios, e a sua determinação em fazer avançar o desenvolvimento da medicina chinesa foi aquilo que os motivou para ultrapassarem cada desafio que se lhes deparava. “Criar um laboratório chave estatal não é a linha de chegada para nós, mas antes um novo ponto de partida para uma longa marcha,” disse o Prof. Wang. Este especialista em medicina chinesa urbano e genial é um líder sereno do ICMS. Está profundamente convicto de que as realizações atingidas pelo ICMS não acontecem da noite para o dia, mas são antes o resultado de muitos anos de esforço. Disse acreditar que, com o apoio do governo central, eles tinham a certeza de darem maiores contribuições para o desenvolvimento futuro da medicina chinesa.
O próximo passo para o ICMS será tornar-se o centro da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a cooperação em medicina tradicional e, ainda, consolidar o seu papel de plataforma internacional de cooperação científica e tecnológica em medicina tradicional. Para o ICMS este é um passo crucial para se tornar uma plataforma internacional neste campo. Quando este objectivo for atingido, o futuro do ICMS será ainda mais brilhante.


O novo campus traz mais oportunidades e avanços

Em menos de três anos, a construção do novo campo da UM na Ilha de Hengqin ficará completa. Haverá três bases de investigação aberta no novo campus: uma para a Informática e a Electrónica (esta incluirá o Laboratório de Microelectrónica), outra para as Ciências Médicas e Farmacêuticas, e uma para a Energia e o Ambiente. O aumento de tais instalações criará certamente condições mais favoráveis para a UM levar a cabo investigação e trará igualmente mais oportunidades e avanços para a UM e para Macau.